As marcas próprias, também conhecidas como private label, têm se consolidado como uma estratégia eficaz e lucrativa no setor varejista global. Desde a sua origem, na Europa dos anos 1950, até sua aceitação cultural em diferentes mercados, elas demonstraram uma trajetória de crescimento contínuo, adaptabilidade e sucesso. Este artigo aborda a origem das marcas próprias, destacando exemplos de grandes varejistas que alcançaram sucesso com essa estratégia, servindo de inspiração para os varejistas brasileiros.
A origem das marcas próprias
A história das marcas próprias começa na Europa. Na década de 1950, a França foi pioneira na fabricação e comercialização desses produtos. Na década seguinte, a Inglaterra também adotou essa prática, e gradualmente outros países europeus seguiram o exemplo. Este movimento foi impulsionado por varejistas que buscavam oferecer produtos de qualidade a preços competitivos, ao mesmo tempo que fortaleciam a fidelidade dos consumidores às suas lojas.
Evolução e consolidação na Europa
Na Europa, as marcas próprias rapidamente ganharam terreno. O continente se destacou por seu empenho em aprimorar e expandir esses produtos, resultando em uma alta participação de mercado. Segundo dados da NielsenIQ, a Suíça liderava mundialmente na participação de marcas próprias, com 52% do mercado em 2022. Outros países europeus, como Reino Unido, Alemanha e França, também apresentam alta penetração de private labels, refletindo a confiança e preferência dos consumidores por esses produtos.
Exemplos de sucesso global
Grandes varejistas mundiais exemplificam o sucesso das marcas próprias, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos:
- Tesco (Reino Unido): com mais de 20 marcas próprias em seu portfólio, a Tesco utiliza tanto a marca da bandeira quanto marcas fantasias, adaptando-se às necessidades e preferências dos consumidores;
- Leroy Merlin (França): a gigante do setor de materiais de construção oferece várias marcas exclusivas, como Dexter (ferramentas manuais), Luxens (tintas), Sensea (louças e metais para banheiro) e Inspire (iluminação), demonstrando a versatilidade das marcas próprias;
- Walmart (EUA): nos Estados Unidos, o Walmart é um exemplo clássico de varejista que investe pesadamente em marcas próprias, oferecendo produtos de alta qualidade a preços acessíveis, fortalecendo a lealdade dos clientes e aumentando as margens de lucro.
A aceitação cultural das marcas próprias
A aceitação cultural das marcas próprias varia conforme a região, mas globalmente, esses produtos têm sido bem recebidos por oferecerem qualidade comparável a preços mais baixos. De acordo com dados da NielsenIQ, nos primeiros quatro meses de 2022 houve um aumento de 7,68% no investimento em marcas próprias, comprovando que os consumidores têm buscado alternativas mais econômicas sem sacrificar a qualidade.
Nos Estados Unidos e na Europa, as marcas próprias já estão bem estabelecidas e são amplamente aceitas pelos consumidores. Essa aceitação é resultado de décadas de investimentos em qualidade, inovação e marketing por parte dos varejistas. A confiança dos consumidores nesses produtos reflete a eficácia da estratégia de private label, que alia preço competitivo e qualidade percebida.
Marcas próprias no Brasil
No Brasil, as marcas próprias começaram a ganhar espaço na década de 1970, inicialmente com produtos genéricos que ofereciam preços baixos, mas careciam de qualidade. Com o tempo, houve uma evolução significativa, com melhorias na qualidade, embalagens e desenvolvimento de produtos, levando à popularização e aceitação desses itens entre os consumidores brasileiros.
Hoje, grandes varejistas brasileiros, como o Carrefour, têm ampliado seu sortimento de marcas próprias, abrangendo diversas categorias de consumo. Esta rede de hipermercados oferece desde produtos básicos até linhas premium, consolidando-se como um player importante no mercado de marcas próprias no Brasil.
A trajetória das marcas próprias no mundo demonstra que essa estratégia é uma aposta segura e lucrativa para os varejistas.
Além disso, as histórias de sucesso de grandes redes internacionais servem de inspiração para os varejistas brasileiros, mostrando que, com o conhecimento certo e parcerias adequadas, é possível alcançar resultados semelhantes.
De maneira geral, as marcas próprias representam uma oportunidade de diferenciação, fidelização de clientes e aumento de margens de lucro, sendo uma estratégia essencial para o varejo moderno.
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